O dinheiro traz felicidade! Será?

Tem um ditado famoso que diz que o dinheiro traz felicidade. Mas será que isso é verdade? Existe algo que o dinheiro não pode comprar?

Dinheiro e felicidade andam juntos?

Muita gente relaciona dinheiro com felicidade, como se andassem juntos. Na verdade essa é uma daquelas questões que costuma gerar muita polêmica.

Para falar melhor sobre isso, primeiro a gente precisa refletir e entender sobre o que é felicidade

Pode parecer uma discussão inocente, mas isso vai ter muitas implicações na sua vida financeira e na sua relação com o dinheiro!

No início da minha carreira como professor ouvi que um outro colega, professor na mesma faculdade, costumava sempre fazer uma mesma pergunta na prova final de Economia: “O que é felicidade para você?”.

Não preciso dizer que isso virou motivo de piada na época. 

Primeiro porque se tratava de uma pergunta pessoal (“para você”) e por isso qualquer resposta que o aluno desse seria correta e, em segundo lugar, porque era de se esperar que algo mais técnico ou acadêmico fosse questionado em uma prova final de Economia. 

Passado algum tempo resolvi usar essa mesma pergunta nas minhas aulas de Economia, porém com uma diferença: a pergunta era feita no início do semestre, sem valer nota. Meu objetivo com essa pergunta era dar início aos conceitos sobre oferta e demanda e discutir a nossa relação com o consumo e com o dinheiro.

Apesar de diferentes entre si, as respostas dos alunos sobre o que os faziam felizes não estavam diretamente ligadas a dinheiro ou ao consumo.

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A felicidade era vista como algo mais sublime, como estar com a família, passar mais tempo de qualidade com as pessoas que amavam. Também era sobre ter liberdade!

Liberdade de escolher o que quisessem, de escolher um trabalho mais agradável ou uma cidade melhor para morar. Em resumo, era sobre ter mais tempo e liberdade para aproveitar momentos especiais e únicos com as pessoas que mais importam.

E se formos parar para pensar, isso realmente não têm preço. Até porque isso o dinheiro não compra essas coisas, especialmente tempo.

Quando pensamos em aproveitar momentos especiais, com pessoas especiais, em algum momento vamos esbarrar na questão financeira. Sim, infelizmente o dinheiro costuma limitar nossas opções.

E se o dinheiro não fosse problema, o que você faria?

Você já se perguntou "o que você faria se tivesse mais dinheiro"?

Compraria um carro novo? Uma casa? Viajaria mais? Trabalharia menos? Passaria mais tempo com a família? Cuidaria melhor da saúde? Daria um futuro melhor para os filhos? Compraria uma casa para os seus pais? Ajudaria outras pessoas?

São tantas coisas que gostaríamos de fazer que nem dá para colocar em uma ordem de prioridade ou importância. Mas inevitavelmente teríamos que abrir mão de alguns desses sonhos. E isso ocorre por um motivo muito simples, nossas necessidades e desejos são ilimitados (sempre queremos mais), mas nossos recursos são limitados, eles são escassos.

É justamente por causa da escassez de recursos que precisamos fazer escolhas, nem sempre tão fáceis ou racionais quanto gostaríamos. A consequência disso é que temos que escolher uma coisa em detrimento de outras, o que em economia é chamado de "trade off".

E isso é muito difícil! O que muita gente ainda não percebeu é que nossas escolhas estão mais relacionadas a tudo aquilo de abrimos mão para ter algo que realmente queremos, algo que desejamos.

E para reduzir o efeito da falta de recursos financeiros, muitos de nós, motivados por querer realizar sonhos, nos esforçamos para ganhar mais dinheiro e viver melhor. É uma escolha  que fazemos hoje e que vai determinar nossa qualidade de vida no futuro. Afinal de contas, como diz o ditado, "o sol nasce para todos, mas a sombra é só para quem plantou". 

Independentemente das nossas escolhas, o dinheiro amplia nossas opções e nos dá um pouco mais de liberdade

Liberdade de escolher o que consumir, de fazer a diferença na vida das pessoas ou mesmo liberdade para viver uma vida rica de experiências e realizações.


Se lutamos pelo dinheiro é porque ele nos permite escolher da forma mais ampla como melhor desfrutar os resultados dos nossos esforços.” (Friedrich Hayek, economista)

Como sua forma de pensar influencia sua riqueza e sua felicidade?

Grande parte do sucesso financeiro das pessoas está relacionado à maneira com que elas pensam e lidam com o próprio dinheiro, como planejam suas vidas. 

E são várias questões ligadas à isso, como por exemplo o estilo de vida e a atitude.

Enquanto o estilo de vida pode ser a razão de muita gente perder dinheiro sem perceber, a atitude das pessoas geralmente está ligada ao sucesso financeiro que ela vai ter.  

O título do livro do empresário Nizan Guanaes, "Enquanto eles choram, eu vendo lenços", é muito bom para refletir sobre essa questão. Enquanto algumas pessoas buscam oportunidades de ganhar dinheiro em qualquer situação, como em momentos de crise por exemplo, outras ficam esperando o "momento perfeito" para começar.

Isso sem falar das pessoas que literalmente "apostam na sorte" ou rezam por uma solução divina. É lógico que o acaso ou a sorte podem influenciar, mas isso é menos comum de acontecer. Na maioria dos casos, seu sucesso financeiro depende de você!

É como se diz por aí, "sorte é quanto a preparação encontra a oportunidade".

E por falar em religião, ainda tem mais um ponto importante. 

Max Weber, em seu livro "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", discute essa relação entre religião e o dinheiro. Ele explora como as crenças religiosas podem influenciar o comportamento econômico e a busca pelo lucro.

Weber argumenta que o Protestantismo, em particular o Calvinismo, desempenhou um papel importante na formação do espírito capitalista. Isso ocorreu porque algumas suas crenças centrais encorajavam a busca do sucesso e da riqueza como uma forma de demonstrar a eleição divina, que viam o sucesso econômico como um sinal de que eram predestinados para a salvação.

Weber também observa que nem todas as formas de religião encorajam o enriquecimento. Algumas religiões, incluindo certas vertentes do Cristianismo, têm tradições que condenam o lucro excessivo, a usura (empréstimo de dinheiro a juros) e o materialismo. Essas crenças podem servir como limitações para a busca do lucro e a acumulação de riqueza.

E esse tipo de crença das pessoas se replica nos países de modo geral.

Enquanto em alguns países a geração de riqueza e o lucro são condenados como se fossem um "pecado", fruto da exploração do próximo, em outros países a geração de riqueza representa o "sucesso" de uma pessoa ou empreendimento, o que resulta em uma oportunidade para que outras pessoas também cresçam junto com o empreendedor.

Essa simples diferença na maneira de olhar para o dinheiro e para a geração de riqueza tem a capacidade de moldar a forma de pensar e a atitude das pessoas.

Muita gente desenvolve uma relação negativa com o dinheiro, como se fosse ter dinheiro fosse relacionado a algo ruim, proibido, ilícito ou um motivo para se envergonhar. E isso acaba criando uma crença limitante no indivíduo. A boa notícia é que isso pode ser trabalhado e ressignificado!

Qual é a fórmula da felicidade?

Somos acostumados a ouvir que nossa felicidade ou o sucesso da nossa vida tem a ver com nossas vitórias, com a riqueza que construímos, com conforto e poder. Porém, uma vida de sucesso vai além das suas conquistas pessoais.

Michelle Obama, ex primeira dama dos Estados Unidos, acredita que "o sucesso não tem a ver com quanto dinheiro você ganha, mas com a diferença que você faz na vida de outras pessoas”. O filósofo Clóvis de Barros Filho também segue a mesma linha  de pensamento ao refletir sobre a boa vida, a vida feliz, “a vida que vale a pena ser vivida”.

Segundo o filósofo, muitas vezes nós nos realizamos na felicidade de pessoas que são importantes na nossa vida: nossos pais, filhos, nossos cônjuges, nossos amigos e pessoas próximas.

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Então respondendo a pergunta inicial, o dinheiro não traz felicidade. Não traz amigos verdadeiros, muito menos saúde, ou tempo. Isso não dá para comprar com dinheiro.

Essa é uma verdade que apenas a maturidade é capaz de ensinar, mas isso não quer dizer que o dinheiro não seja importante

Ter mais dinheiro pode trazer conforto, segurança, tranquilidade, mais saúde, melhor educação e mais tempo de qualidade. Ele ainda pode nos dar acesso à lugares exclusivos ou experiências únicas, e permitir que a gente ajude outras pessoas, por exemplo.

Então não se engane, o dinheiro pode ser um grande facilitador nas nossas vidas.

Ele nos permite aproveitar melhor nosso tempo e as oportunidades que não voltam mais. Isso sem contar que ter dinheiro reduz nossas preocupações e nos dá qualidade de vida melhor.

E para finalizar, nunca é demais dizer que "podemos vender nosso tempo, mas não podemos comprá-lo de volta". Então não se esqueça, o tempo é o nosso bem mais valioso (e não o dinheiro), então não desperdice!

E se você quer aproveitar a vida em sua plenitude, mude sua relação com o dinheiro, conquiste sua liberdade financeira e realize os seus sonhos!

A liberdade financeira é possível de ser atingida. Ela depende muito mais de como você pensa e age do que de quanto você ganha. Mudar a sua forma de pensar o dinheiro muda toda a sua vida!



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