Como diversificar seus investimentos?

A diversificação de investimentos pode ser uma excelente estratégia para reduzir os riscos e maximizar os resultados. Mas como fazer isso corretamente?

Por que diversificar os investimentos?

Quando se trata de investimentos, a diversificação é uma estratégia que vale a pena ser adotada, independentemente de ser um investidor novato ou experiente. Ela proporciona estabilidade e proteção financeira, ajustando-se às diferentes fases da jornada de investimento.

Para os iniciantes, a diversificação funciona como uma proteção, pois esses investidores ainda não sabem exatamente onde investir seu dinheiro. Ao alocar recursos em várias classes de ativos, a exposição a riscos específicos é reduzida, criando uma base robusta para o crescimento e proporcionando confiança no início da jornada.

Para os investidores mais experientes, a diversificação aprimora o portfólio. Ao combinar ativos de maneira equilibrada, ela suaviza a volatilidade, permitindo que os ganhos se acumulem de forma mais consistente.

A diversificação nos investimentos é uma estratégia financeira que envolve a alocação de recursos em diferentes ativos financeiros com o objetivo de reduzir o risco global da carteira de investimentos. O princípio por trás da diversificação é simples, "não colocar todos os ovos na mesma cesta".

Ao distribuir os investimentos em várias áreas, o investidor pode reduzir o impacto negativo de um mau desempenho em um único ativo. Mas para isso tem regra, tem jeito certo de ser feito.

O ideal para uma boa diversificação da carteira de investimentos é que os ativos estejam distribuídos entre classes, setoresgeografia e horizontes diferentes.

  1. Diversificação por Classes de Ativos. Classes de ativos são grupos de ativos financeiros que são agrupados por terem características comuns. Elas representam os diferentes tipos de ativos em que os investidores podem alocar seu capital, como por exemplo ações, títulos (Bonds), fundos imobiliários e imóveis (Real Estate), ou fundos de investimento, commodities,  investimentos em renda fixa, dentre outros.
  2. Diversificação Setorial. A Bolsa de Valores separa as empresas listadas por setor, subsetor e segmento para que o investidor possa comparar empresas com características homogêneas em seus setores de atuação e avaliar os efeitos externos (estímulos ou crises) nestes setores. Distribuir investimentos em diferentes setores da economia, como tecnologia, saúde, energia, finanças, etc., ajuda a evitar a exposição excessiva a flutuações em um único setor. 
  3. Diversificação Geográfica. A estratégia de diversificação geográfica é uma técnica de gerenciamento de risco que visa distribuir o capital investido em aplicações internacionais com o intuito de minimizar os riscos e potencializar os ganhos. Investir em ativos localizados em diferentes regiões geográficas pode ajudar a reduzir o risco associado a eventos específicos em uma determinada região global.
  4. Diversificação de prazos: Investir em ativos com diferentes prazos de vencimento, como ações de curto prazo e títulos de longo prazo, pode ajudar a equilibrar a liquidez e o potencial de retorno.

Diversificação por Classes de Ativos

Classes de ativos são grupos de ativos financeiros que são agrupados por terem características comuns.

As classes de ativos representam os diferentes tipos de ativos em que os investidores podem alocar seu capital, como por exemplo ações, títulos (Bonds), fundos imobiliários e imóveis (Real Estate), ou fundos de investimento, commodities, investimentos em renda fixa, dentre outros.

Uma combinação de ativos de diferentes classes pode reduzir a exposição da carteira à volatilidade (oscilações) do mercado. A distribuição por classe de ativos na carteira depende dos objetivos do investidor e do horizonte de investimento, do perfil e sua tolerância ao risco.

Com relação ao horizonte de investimento, se o objetivo é fazer render o dinheiro em decorrência de uma viagem que vai ocorrer no curto prazo, o investidor não pode correr risco e por isso os investimentos devem ser concentrados em renda fixa com rendimento diário, com a utilização de títulos públicos e privados. 

Com relação ao perfil e tolerância ao risco, investidores mais conservadores tendem a evitar operações de risco e por isso optam por concentrar ativos de renda fixa. No caso de investidores mais arrojados e com horizonte de investimento de longo prazo, as classes de ativos mais indicadas são de renda variável, onde deve haver maior concentração dos investimentos.

A diversificação também é importante dentro de cada classes de ativos

Para quem investe em renda fixa é importante considerar títulos públicos e privados na carteira de investimento. Concentrar toda renda fixa em títulos públicos não elimina o risco do governo, como ocorrido em Detroit, cidade que entrou em concordata em 2013 por não conseguir arcar com uma dívida de US$ 18,5 bilhões, afetando cerca de 100 mil credores.

Da mesma forma, quem investe em renda variável também deve diversificar entre ações, moedas, fundos de investimento e fundos imobiliários para reduzir o risco da carteira.

Diversificação Setorial

A Bolsa de Valores separa as empresas listadas por setor, subsetor e segmento para que o investidor possa comparar empresas com características homogêneas em seus setores de atuação e avaliar os efeitos externos (estímulos ou crises) nestes setores.

Quando investimos em um determinado segmento podemos ficar expostos ao riscos deste segmento. Distribuir investimentos em diferentes setores da economia, como tecnologia, saúde, energia, finanças, etc., ajuda a evitar a exposição excessiva a flutuações em um único setor.

Todos os setores do mercado financeiro estão sujeitos a sofrer com a falta de diversificação. O problema ocorre quando concentramos os investimentos em um determinado segmento.

Por exemplo, se você investir apenas em ações de empresas de aviação e o setor passar por um momento de crise, como a causada pela Covid que afetou especialmente viagens e turismo, sua carteira de investimentos fica mais exposta aos riscos. 

Caso seus investimentos estivessem diversificados em empresas de outros segmentos, uma crise no setor de aviação não afetaria toda a sua carteira e por isso sua carteira não teria grandes perdas.

A bolha da internet, ocorrida durante o ano de 2000, foi um exemplo deste tipo de risco pois muitos investidores estavam concentrados em "empresas pontocom".

Por exemplo, se por motivos fitossanitários (relacionados à saúde) a Europa e a China deixarem de comprar produtos agropecuários brasileiros, todo o setor que vende este tipo de produto vai sofrer de forma semelhante com queda nas vendas. Desta forma, investir em empresas de diferentes setores é fundamental para reduzir os riscos não-sistemáticos que acompanham cada setor da economia.

Diversificação Geográfica

A estratégia de diversificação geográfica refere-se à estratégia de alocar recursos financeiros em diferentes regiões geográficas do mundo. Essas regiões podem incluir países, continentes ou áreas econômicas distintas. Investir em ativos localizados em diferentes regiões geográficas pode ajudar a reduzir o risco associado a eventos específicos em uma determinada região global.

Investir em um único país pode ser arriscado caso o país atravesse um longo período de crise. Por exemplo, manter carteiras de investimento concentradas em ativos brasileiros deixa o investidor exposto ao "risco Brasil". E por isso, a diversificação geográfica ajuda reduzir o risco sistêmico do país em que o investidor concentra seus investimentos.

Para implementar a estratégia de diversificação geográfica, os investidores podem utilizar fundos de investimento globais, ETFs (Exchange-Traded Funds) com exposição internacional, ou investir diretamente em ações ou títulos de diferentes regiões. 

Uma opção diversificação geográfica é investir nos Estados Unidos. Desta forma, para se proteger da volatilidade e dos riscos de investir no Brasil, o investidor pode diversificar os investimentos investindo na Bovespa e em ativos que sigam indicadores do mercado externo, como o ETF IVVB11 que reflete o desempenho do S&P500 (as 500 maiores empresas americanas de capital aberto).

Por ser um mercado maduro, os Estados Unidos oferecem grandes oportunidades em diversas classes de investimentos. 

Para ter efeito de proteção de riscos, a diversificação geográfica deve ocorrer preferencialmente por meio de investimento em países com moedas fortes. Esses investimentos podem ser feitos através de stocks (ações no exterior), REITs (Real Estate Investment Trusts) e BDRs (Brazilian Depositary Receipts) ou moedas, porém há formas corretas de fazer essa diversificação.

Correlação

Uma forma prática de avaliar se os ativos de uma carteira estão muito expostos ao risco é por meio da correlação.

Correlação é uma medida estatística que indica como os preços de dois ativos se comportam em relação um ao outro, assumindo valores entre -1 (correlação negativa) e +1 (correlação positiva).

A correlação positiva indica que quando um ativo sobe, o outro também sobe fazendo com que os movimentos ocorram no mesmo sentido. A correlação negativa indica sentidos contrários, pois quando um ativo sobe, o outro ativo apresenta queda. Quando o valor da correlação é zero indica que não há correlação, o que quer dizer em outras palavras que não dá para saber o que acontece com o outro ativo.

Quando os ativos têm baixa correlação ou são inversamente correlacionados, os movimentos de preço de um ativo podem compensar os movimentos de preço do outro, ajudando a suavizar as flutuações na carteira de investimentos como um todo.

Uma boa forma de diversificação é construir uma carteira de investimentos com ativos de boa qualidade, com boa saúde financeira e que não tenham uma correlação alta, positiva. De preferência a correlação deve ser negativa. Então, quanto menor a correlação entre os ativos, melhor para a carteira de investimentos para proteção dos riscos.

Esse conceito é muito fácil de ser visto quando analisamos empresas de um mesmo setor. Essas empresas geralmente são impactadas pelos mesmos fatores e por isso apresentam comportamento semelhante na bolsa de valores. Quando isso ocorre dizemos que esses ativos apresentam correlação positiva.

Um exemplo prático é o setor bancário. Quando observamos o comportamento do Bradesco (BBDC3) e do Santander (SANB3) entre setembro de 2019 e janeiro de 2021 percebemos uma correlação positiva (0,961), com as ações variando de maneira semelhante.

Além da diversificação por classe de ativos, por setores e por regiões geográficas distintas, também pode ser considerada a diversificação de prazos. Investir em ativos com diferentes prazos de vencimento, como ações de curto prazo e títulos de longo prazo, pode ajudar a equilibrar a liquidez e o potencial de retorno.

Esses são conceitos importantes, mas que nem todos os investidores têm conhecimento. 

Esse é o primeiro passo para fazer uma diversificação adequada. O segundo passo é justamente fazer determinar os pesos de cada ativo na carteira, ou seja, fazer a distribuição de ativos da maneira adequada. Por exemplo, se o investidor é mais conservador ele deve concentrar mais ativos de baixo risco do que ativos de renda variável. E para isso ele precisa determinar o percentual que deve ser investido em cada ativo.

Existem várias maneiras de fazer isso. Dentre as metodologias indicadas para esta etapa estão a utilização da Teoria de Portfólios de Harry Markowitz e o Modelo de Yale, dentre outras.

Então ao fazer seus investimentos, considere fazer uma diversificação adequada que te proteja dos riscos e que garanta maiores retornos. 



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